Nunca a polícia paulistana prendeu tantas pessoas que praticaram crimes contra o consumidor. Segundo a Divisão de Investigações sobre Infrações Contra o Consumidor da Polícia Civil (Disic), as duas delegacias especializadas da capital prenderam ou detiveram 120 pessoas entre janeiro e agosto deste ano. O número é cinco vezes maior que o total registrado no ano passado - 24 prisões.
Também foram registrados 1.060 boletins de ocorrência, enquanto em 2010 inteiro foram feitos 945 BOs - crescimento de 12%. O delegado que coordena a divisão, Paulo Roberto Robles, revela ainda que já foram instaurados 856 inquéritos neste ano. "Fizemos muitos flagrantes e os consumidores estão recorrendo mais à polícia para denunciar empresas que violam os seus direitos", diz.
Móveis
Entre os principais casos investigados pela delegacia está o de mais de 70 consumidores lesados por um empresário que tinha três lojas de móveis planejados. Ele fechou as três unidades em 19 de abril e sumiu. O coordenador fiscal Alexandre Rodrigues de França, de 34 anos, foi um dos consumidores que pagaram, mas nunca receberam os móveis encomendados na loja.
"Comprei projeto de R$ 18 mil, mas consegui sustar alguns cheques. Agora, quero a devolução dos R$ 8 mil que já foram pagos e indenização de R$ 1.500 dos gastos com advogados."
A analista de sistemas Márcia Duque, de 44 anos, também conseguiu cancelar alguns cheques e quer os R$ 3 mil que pagou pelos móveis do quarto do bebê, que nunca chegaram. "Fui à delegacia e contratei advogado para processar o empresário. Segundo soube, quem entrou na Justiça ainda não teve retorno."
Fonte: O Estado de São Paulo por Saulo Luz
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